quinta-feira, 30 de abril de 2009

Soneto 53

De que substância foste modelado,
Se com mil vultos o teu vulto medes?
Tantas sombras difundes, enfeixado
Num ser que as prende, e a todas sobre excedes;

Adônis mesmo segue o teu modelo
Em vã, esmaecida imitação;
A face helênica onde pousa o belo
Ganhou em ti maior coloração;

A primavera é cópia desta forma,
A plenitude és tu, em que consiste
O ver que toda graça se transforma

No teu reflexo em tudo quanto existe:
Qualquer beleza externa te revela
Que a alma fiel em ti acha mais bela.

_____________ ( W. Shakespeare )

terça-feira, 21 de abril de 2009

Poemas Desnudos

A alma de um poema é sempre presente, mas muitas vezes acaba perdida nas linhas. O verdadeiro poder de um poema não é sua estrutura, métrica ou até mesmo suas rimas e sim a sua vivacidade em nos transparecer sua verdadeira face. Face a lacrimejar, face rosada de amor ou de raiva, inúmeras faces podemos perceber. Torne a ler um poema olhando sua alma e não sua beleza, isso que faz dele um poema.